
Estudo aponta que risco de ter câncer pode ser 20 vezes maior em ex-fumantes
Ex-fumantes ainda correm mais risco de desenvolver tumores na cabeça e no pescoço (câncer de boca, garganta e laringe) do que pessoas que nunca fumaram. É o que mostra um novo estudo com a revelação ainda de que, mesmo anos após abandonar o cigarro, esse risco é ainda maior entre aqueles com histórico de abuso do álcool.
De acordo com a Folha de São Paulo, a ideia para o estudo, publicado na revista Cancer Epidemiology e assinado por pesquisadores brasileiros, surgiu quando se observou que, mesmo com a diminuição de fumantes no Brasil, casos de câncer continuam surgindo em pessoas que deixaram os cigarros.
Segundo Luiz Kowalski, líder do centro de referência em tumores de cabeça e pescoço do A.C. Camargo e professor titular de cirurgia de cabeça e pescoço da Faculdade de Medicina da USP, a pesquisa contou com mais de 200 participantes. Eles tinham sido fumantes e desenvolveram algum dos três tipos de câncer de cabeça e pescoço. Outros 318 compuseram o grupo controle, ou seja, aqueles que tinham hábito de fumar, mas não tiveram diagnóstico de tumor.
“Foi visto que, para câncer de cabeça e pescoço, se o indivíduo fumou um maço de cigarro por dia durante 20 anos, ele tem de 3 a 20 vezes mais riscos de ter câncer do que quem nunca fumou”, afirma o professor.
Esse nível de risco diminui com o passar do tempo, mas ainda se mantém. “Mesmo passando dez anos ainda existe um risco de câncer residual maior do que o esperado”, acrescenta.
Segundo as estimativas do estudo, o risco só começa a diminuir em média 11 anos depois de largar o hábito, fazendo com que haja um alerta de que não é só deixar de fumar, mas também tomar outras medidas.
Uma delas é a moderação no consumo do álcool. “Se existe o hábito de consumir bebidas alcoólicas e fumar cigarro, o risco de desenvolver um câncer de cabeça ou pescoço pode chegar a ser até cem vezes maior”, afirma Kowalski.
O especialista explica que o álcool em si não induz ao câncer, porém facilita que agentes cancerígenos do tabaco penetrem na mucosa, aumentando as chances de surgir um tumor.
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