Músico Mateus Aleluia recebe título de Doutor Honoris Causa na Bahia

Músico Mateus Aleluia recebe título de Doutor Honoris Causa na Bahia

Músico Mateus Aleluia recebe título de Doutor Honoris Causa na Bahia

O cantor e compositor Mateus Aleluia, 74 anos, recebeu, nesta quarta-feira (11), o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A sessão solene ocorreu pela tarde, no Campus Cruz das Almas.

Mateus Aleluia, que também é pesquisador da ancestralidade baiana musical pan-africana, é a quinta personalidade a receber esta honraria da UFRB. A proposta de homenagem partiu do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologia Aplicada (CECULT) e destacou como mérito a trajetória pessoal e profissional pela sua contribuição aos estudos e divulgação da cultura pan-africana na Bahia, no Brasil e, também, em países africanos e no mundo.

Em seu discurso de agradecimento, o músico fez uma reflexão sobre a vida. “Eu digo: ‘vou receber o título de doutor’. Transformaram-me, nasci novamente. A vida é feita de ressurreições, pensamos que apenas Cristo ressuscitou. Eu cresci acreditando que nós ressuscitamos todos os dias, quando dormimos, depois acordamos”, comentou.https://www.youtube.com/embed/l8lvh84EHY4

“Caminhando, solfejando e cantando, eu sempre andei. Resisti e resisto, porque meu tempero é o sal. Na estrada que trilho, quem me guia é o sol, e quando o dia se rende, eu me abrigo ao luar. Eu sinto a brisa em meu redor, eu piso o chão que me formou. Tenho fogo no meu coração: a inquietude. Sim, choveu! Atravessando o Saara eu vi que não estava só, era uma solidão partilhada com quem eu não vi”, declamou. Mateus Aleluia ainda agradeceu pelas homenagens feitas pelos professores e reitoria da UFRB.

Um filho de Cachoeira, Senhor Mateus, como é conhecido localmente, nasceu às margens do Paraguaçu no ano de 1943. O cantor, compositor e pesquisador da ancestralidade baiana musical pan-africana do Brasil foi protagonista no grupo Tincoãs, primeiro grupo vocal a expressar a herança cultural (musical e linguística) dos povos africanos. O Tincoãs foi destaque nacional entre os anos de 1960 e 1980.

Mateus Aleluia viveu duas décadas em Angola, a partir de 1983, onde foi contratado pela Secretaria de Cultura para realização de pesquisa antropológica e cultural, junto a mestres e mestras da cultura dos povos africanos, compilando diversos saberes. Retornando ao Brasil, Sr. Mateus lançou os álbuns “Cinco Sentidos”, “Fogueira Doce” e “Olorum”, que, junto com a obra dos Tincoãs, consubstanciam o legado pan-africano do Brasil.

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