Brasil, um dos mais corruptos do mundo

Brasil, um dos mais corruptos do mundo

O mais recente Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado pela organização Transparência Internacional, trouxe um alerta preocupante: o Brasil alcançou a pior pontuação desde que o ranking começou a ser medido em 2012. Governado atualmente por um presidente que chegou a ser condenado em quatro instâncias e retomou o poder após ter sua prisão revogada por decisões consideradas controversas, o país caiu da 104ª para a 107ª posição entre 180 nações analisadas.

A nota de 34 pontos — em uma escala de 0 (mais corrupto) a 100 (menos corrupto) — ficou abaixo tanto da média regional (42) quanto da global (43). Segundo a Transparência Internacional, diversos fatores contribuíram para a piora, incluindo arquivamentos de casos de macrocorrupção, falta de medidas incisivas contra desvios em emendas parlamentares e o que o relatório chama de “captura” do Estado pelo crime organizado. A entidade também apontou o silêncio do chefe do Executivo diante do tema anticorrupção, além das chamadas “descondenações” impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente no âmbito das investigações da Lava Jato envolvendo a Odebrecht.

As críticas, no entanto, não se restringem aos indicadores oficiais. Usuários de redes sociais e analistas vêm destacando o fato de o presidente — filiado a um partido historicamente envolvido em casos investigados pela Lava Jato — não ter priorizado ações de combate à corrupção. Em muitos comentários online, a insatisfação popular relaciona a pontuação negativa ao que percebem como ausência de iniciativas efetivas para frear práticas ilícitas na administração pública.

Fatores que sustentam o mau desempenho

  • Anulações de processos da Lava Jato: Determinações do STF resultaram no arquivamento de provas e casos de grande repercussão nacional.
  • Ausência de transparência em programas e gastos: A falta de critérios claros de fiscalização no Novo PAC e possíveis ingerências políticas na Petrobras reforçam a desconfiança.
  • Barreiras ao acesso à informação: O governo tem negado reiteradamente pedidos de dados, alegando conteúdo pessoal, inclusive em situações que envolvem nomes de alto escalão.
  • Dificuldades no controle das emendas parlamentares: Denúncias sobre supostos desvios em órgãos públicos, como o DNOCS, abrem espaço para a atuação do Centrão e aprofundam a sensação de impunidade.

Para Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, o resultado do IPC indica problemas sistêmicos, não só no Executivo, mas também no Legislativo e no Judiciário. Segundo ele, a queda contínua desde 2012 exige um esforço conjunto de todas as esferas de poder, além de pressões sociais por maior integridade e responsabilização.

“Não se trata de olhar apenas a variação de um ano para o outro, mas de compreender a trajetória de desmonte das instituições de fiscalização e controle”, pontua Brandão. Em meio às críticas, permanece a expectativa de que haja uma resposta contundente por parte das autoridades, buscando reverter o cenário e restabelecer a credibilidade do país diante da comunidade internacional.

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