
Ainda Estou Aqui: A hipocrisia da esquerda que grita “Sem Anistia”
A vitória do filme “Ainda Estou Aqui” no Oscar 2025 trouxe à tona um tema sensível: os crimes da ditadura militar e a luta das famílias que perderam entes queridos durante o regime. A esquerda brasileira celebrou a premiação como um marco contra a impunidade e um grito de resistência. Mas a ironia é clara: os mesmos que exaltam a memória das vítimas da ditadura agora pedem “Sem Anistia” para os presos políticos de 8 de janeiro.
O discurso da esquerda sempre foi sobre justiça, liberdade e direitos humanos. No entanto, quando se trata de seus adversários políticos, essa mesma esquerda exige vingança e perseguição. O grito de “Sem Anistia” agora não é contra torturadores do passado, mas contra cidadãos comuns, muitos deles pais de família, idosos e pessoas sem antecedentes criminais, que estão presos há mais de um ano sem direito a um julgamento justo.
A hipocrisia é evidente. Enquanto falam sobre democracia, defendem a prisão de manifestantes—incluindo pessoas que sequer participaram de atos de vandalismo, mas que estavam no local errado, na hora errada. O Brasil já viu criminosos de facções serem soltos com facilidade, mas cidadãos que protestaram contra o governo continuam presos sem perspectiva de liberdade.
A grande questão é: que tipo de “golpe” se faz com paus e pedras? Que tentativa de “derrubar a democracia” envolve idosos, trabalhadores e gente comum que simplesmente expressava sua indignação?
A esquerda que pede “Sem Anistia” parece não perceber que está repetindo os mesmos erros do passado que tanto condena. O filme “Ainda Estou Aqui” denuncia as injustiças da ditadura, mas talvez o Brasil precise de um novo filme para contar a história de quem, em plena democracia, segue encarcerado simplesmente por discordar do governo.
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