O Reino dos Méritos e das Conquistas

O Reino dos Méritos e das Conquistas

Em um distante reino, havia uma terra onde as palavras moldavam os destinos e os ecos eram a voz do povo. Nesse reino, havia um grande mercado chamado Praça das Vozes, onde os mercadores disputavam a atenção dos habitantes. Cada um exibia suas mensagens em pergaminhos, tentando atrair olhares e ouvidos. Alguns falavam de histórias antigas e nobres, outros buscavam apenas gritar mais alto. Mas, entre todos, havia um mercador que se destacava.

Esse mercador não apenas expunha seus pergaminhos, mas também caminhava pelas ruas, visitava feiras e tavernas, conversava com o povo e levava suas palavras até os rincões mais distantes do reino. Suas mensagens eram claras, dinâmicas e, acima de tudo, alcançavam cada vez mais pessoas. Com o tempo, esse mercador tornou-se referência. Seu nome estava em cada canto da terra, e os habitantes já sabiam onde encontrar as notícias que realmente importavam.

No entanto, havia outros mercadores que, embora respeitados por suas longas histórias na Praça das Vozes, não conseguiam atrair tantos olhares. Suas mensagens eram fixadas apenas nos muros, estáticas e empoeiradas, enquanto as do mercador mais conhecido ganhavam vida nas ruas. Mesmo assim, esses antigos mercadores passaram a reclamar.

— Não é justo! — diziam. — Por que ele recebe mais moedas do tesouro real? Por que ele é chamado com mais frequência para espalhar notícias importantes do palácio e das vilas?

O povo, que observava tudo, sabia a resposta. O mercador que recebia mais moedas era aquele que levava suas mensagens mais longe, que fazia suas palavras ecoarem mais forte. Suas mensagens eram vistas e ouvidas por milhares. Era justo que ele fosse mais valorizado — e não apenas pelo reino, mas também pelas grandes tavernas e comércios que queriam espalhar suas ofertas e promoções.

Mas os antigos mercadores insistiam:

— Deveríamos ganhar o mesmo que ele! Afinal, estamos aqui há tanto tempo!

O povo, então, respondeu:

— Tempo não é garantia de merecimento. Moedas se conquistam com trabalho, com entrega, com resultados.

E assim, a Praça das Vozes seguiu seu curso. O mercador que mais alcançava pessoas, que mais se esforçava para estar presente, seguia conquistando mais reconhecimento e, naturalmente, mais moedas do tesouro real e dos comerciantes. Afinal, o reino havia aprendido que não se pode pagar o mesmo valor por um sussurro abafado e por uma voz que ecoa por toda a terra.

E nessa história, que é só uma crônica — ou talvez não —, a lição é clara: no mercado das palavras e das vozes, cada um colhe aquilo que entrega. Nem mais, nem menos.

No Comments

Sorry, the comment form is closed at this time.