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Fãs de Maiara e Maraísa atacam cantora baiana que pediu proibição do uso do nome “As patroas”
Ofensas como “tinha que ser baiana” ou “ai se eu te encontro na rua” geraram medo nas integrantes da banda de forró que contestou o uso do nome por já serem um grupo musical chamado “A Patroa” desde 2013, com registro no INPI desde 2017.
De acordo com a cantora Daisy Soares, quando soube da tentativa de registro por parte do empresário de Maiara & Maraisa e de Marília Mendonça em 2020, entrou em contato para poder resolver a situação. Além do nome, o projeto das sertanejas também utiliza a mesma fonte do logotipo e cor.
A baiana explica que, sem a autorização do INPI, a turnê das sertanejas não poderia acontecer utilizando a marca “Patroas” e que, por isso, ela foi procurada com pressa para que um acordo fosse firmado. Segundo Daisy, nas reuniões que fizeram nada de concreto ficou acordado.
No dia 28 de outubro— oito dias antes do acidente fatal de Marília — Daisy, Maiara & Maraisa e Marília Mendonça se reuniram com um advogado para tentar arrumar uma solução. Na ocasião, Daisy conta que Marília chegou a admitir que a marca era de fato da baiana e demonstrou vontade de resolver a situação.
— Eles sugeriram um apadrinhamento. Falaram “vamos fazer uma parceria, quem sabe um feat.”. Tinha uma pressa muito grande para que eu assinasse e passasse o nome para eles, mas a nível de concreto, assinado, como seria essa parceria, não chegou para mim. Eu pedia uma proposta e eles ficavam me perguntando o que eu queria. Como se eu pudesse mensurar algo que para mim é tão importante . Não é sobre dinheiro. Não era minha intenção vender minha marca — explica.
De acordo com posicionamento enviado à imprensa pelo advogado da WorkShow (empresa que agencia a carreira de Maiara & Maraisa e de Marília Mendonça), Maurício Vieira, nem a empresa e nem a dupla vão se manifestar sobre o caso por enquanto. “A equipe jurídica do escritório WorkShow, e da dupla Maiara & Maraisa não foi citada e/ou intimada da referida decisão e não tem acesso ao processo. Por este motivo, não irá se manifestar”.
Ainda segundo a nota, a WorkShow é titular da marca “Festa das Patroas” desde outubro de 2015 , projeto que já tinha a participação de Marília Mendonça e Maiara & Maraisa. “Ressaltamos que a empresa e a dupla sempre agiram com responsabilidade e prezam pela legalidade e o respeito à normas e marcas devidamente registradas. Toda e qualquer questão jurídica será devidamente tratada no processo em questão, tão logo as partes sejam citadas e intimadas a se manifestar”, conclui o informe enviado pela equipe jurídica
Na decisão de 8 de junho, o juiz substituto Argemiro de Azevedo Dutra decidiu a favor de Daisy sob pena de multa de R$ 100 mil por cada transgressão: “Determino que as rés se abstenham de utilizarem, a qualquer pretexto, a marca registrada de titularidade da autora ‘A Patroa’, seja na forma singular ou plural, em quaisquer serviços, produtos comercializados, publicidades, por meio físico ou virtual (…)”, disse o magistrado.
A defesa de Maiara e Maraisa tem prazo de 15 dias úteis, a partir do dia da decisão, 8 de junho, para fazer sua apresentação do caso, que cabe recurso.
O projeto ‘A Patroa’
A banda baiana de forró surgiu em 2013 já liderada por Daisy Soares. Hoje, o grupo já conta com 11 CDs gravados e com 15 músicas autorais nas plataformas digitais. Em 2017, ‘A Patroa’ chegou a cantar no mesmo dia que Marília Mendonça em um festival na cidade de Valença, interior da Bahia.
O repertório vai do forró atual passando por Solange Almeida e Wesley Safadão ao “forró das antigas”, com uma releitura de músicas de Limão com Mel e Calcinha Preta.
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