DNA inocenta homem preso durante 12 anos por 10 estupros que não cometeu

DNA inocenta homem preso durante 12 anos por 10 estupros que não cometeu

Nesta quinta-feira (16), Carlos Edmilson da Silva foi libertado após 12 anos preso injustamente por estupro, graças a um exame de DNA. A história, que teve início em 10 de março de 2012, culminou na prisão de Carlos, acusado de ser um estuprador em série que atuava em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo. Condenado em dez casos, ele enfrentava uma pena total de 137 anos de prisão.

Em 2019, a advogada Flavia Rahal, cofundadora do Innocence Project Brasil, foi abordada por um promotor que atuava nos processos contra Carlos Edmilson. A organização trabalha para identificar e corrigir erros judiciais que resultam em prisões de inocentes. Flavia destacou que o reconhecimento das vítimas foi conduzido de maneira indutiva, com elas sendo apresentadas a única fotografia de Carlos, o que levou ao seu reconhecimento equivocado.

Para provar a inocência de Carlos, foi necessário obter uma evidência incontestável: um exame de DNA realizado pelo Instituto de Criminalística de São Paulo. Os resultados não apenas descartaram a participação de Carlos nos crimes, mas também identificaram o verdadeiro culpado, José Reginaldo dos Santos Neres, que já estava preso por outros delitos.

“A análise de DNA pode não apenas apontar o culpado, mas também inocentar aqueles que foram falsamente acusados,” afirmou Ana Claudia Pacheco, diretora do Núcleo de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística.

Nos últimos cinco anos, a equipe de Flavia conseguiu reverter todas as condenações de Carlos Edmilson. Na terça-feira (14), o Superior Tribunal de Justiça anulou as últimas quatro sentenças. Após 4.450 dias preso por crimes que não cometeu, Carlos Edmilson foi finalmente libertado.

“Eles não acreditavam só na minha palavra. Deus sabe o que faz”, disse Carlos emocionado após sua libertação.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo declarou que, caso sejam constatadas irregularidades na investigação, tomará as medidas cabíveis, ressaltando seu compromisso com apurações minuciosas e dentro da lei.

As informações são do Jornal Nacional.

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