Governo busca parceiros para compra da Bamin, com Vale interessada em 30% do projeto

Governo busca parceiros para compra da Bamin, com Vale interessada em 30% do projeto

O Governo Federal articula uma solução para a Bahia Mineração (Bamin), responsável por projetos de exploração de minério de ferro em Caetité, pela concessão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e pelo futuro Porto Sul, em Ilhéus. Informações apontam que o BNDES adquirirá 50% da mineradora, enquanto a Vale pretende ficar com 30%. Os 20% restantes estão sendo oferecidos a investidores.

A Bamin pertence atualmente ao Eurasian Resources Group (ERG), de origem cazaque, que busca vender pelo menos o valor investido até agora, estimado em US$ 1,2 bilhão. A falta de avanços nas obras e a produção muito abaixo do esperado — hoje, a mineradora produz apenas 1 milhão de toneladas por ano, frente a uma meta de 20 milhões — comprometeram o cronograma de infraestrutura.

A Fiol, cujo trecho de 537 quilômetros entre Caetité e Ilhéus está com aproximadamente 75% executados, segue praticamente parada, enquanto as obras do Porto Sul ainda não decolaram por completo. O Governo Federal, na tentativa de destravar o projeto, aproveitou a repactuação de concessões ferroviárias da Vale para inserir também a questão da Bamin nas negociações.

O interesse da Vale em assumir uma parte do projeto inclui mina, ferrovia e terminal portuário, compondo um “pacote completo” de integração logística. O objetivo é concluir a Fiol até 2026, quando o Porto Sul deverá entrar em operação. Um empréstimo de R$ 4,6 bilhões, proveniente do Fundo da Marinha Mercante, foi concedido pelo Ministério dos Portos e Aeroportos para viabilizar parte dessas obras.

A grande aposta do Governo é que, com o BNDES, Vale e novos sócios, a produção retorne aos patamares planejados, garantindo a exportação do minério de ferro e fortalecendo a economia local. Nos planos, está o impulso à Mina Pedra de Ferro, em Caetité, que deve atingir 26 milhões de toneladas anuais de minério de ferro quando o Porto Sul e a Fiol estiverem plenamente operacionais.

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