Número de Navios no Porto de Ilhéus reduz há 6 anos

Número de Navios no Porto de Ilhéus reduz há 6 anos

Um levantamento feito pelo O Tabuleiro, com base em dados disponibilizados pela Codeba (Companhia das Docas do Estado da Bahia), coletados no período de 2000 a 2017, sobre o Porto do Malhado, em Ilhéus, revelou um fato alarmante: o número de navios que atracam no Porto vem diminuindo, em ritmo acelerado, desde 2012.

Por conta disso, o ano de 2017 teve a maior baixa em seis anos. Somente 29 navios chegaram à unidade portuária.

De acordo com os dados, o maior número de navios no Porto de Ilhéus foi registrado em 2009, quando 232 embarcações, entre cargueiros (maioria) e cruzeiros transatlânticos, ancoraram. Este ano atípico foi marcado pelo aumento da produção de soja no oeste baiano, um dos principais granéis sólidos exportados pelo Porto.

Mas, em relação a movimentação de cargas, o Porto de Ilhéus fica longe de alcançar o Porto de Aratu e o de Salvador, que também tiveram os dados analisados no levantamento.

Com 660 navios cargueiros atracados entre janeiro e dezembro de 2017, o Porto de Aratu superou a própria movimentação de cargas de 2016, com 34 navios a mais e um total de 7.083.546 toneladas movimentadas.

Já a movimentação de Salvador, no mesmo período, alcançou 4.501.955 toneladas, contra as 255.188 toneladas em Ilhéus. Embora bem abaixo aos outros dois portos, o número de Ilhéus é 15% maior do que ao registrado por ele mesmo em 2016.

Turismo

Em 2017, dos 29 navios que chagaram ao Porto de Ilhéus, 21 eram cruzeiros transatlânticos. A temporada teve início na alta estação, iniciada em dezembro de 2016 e com término em fevereiro deste ano. De 2000 a 2017, foram justamente esses meses (e março) que registraram o maior fluxo de navios no Porto, indicando o perfil da unidade.

Segundo a Codeba, 72 mil turistas desembarcaram no município através do Porto no ano passado, um número maior que em 2016, quando cerca de 60,5 mil turistas vieram ao município em 17 paradas de navios.

Dos três portos analisados, o de Ilhéus apresenta a vantagem de ter a menor tarifa por passageiro desembarcado/embarcado ou em trânsito. São R$ 14,48 e R$ 7,24, respectivamente. No Porto de Salvador, por exemplo, a tarifa por passageiro desembarcado/embarcado é de R$ 19,31.

Falta investimento

Criado em 1920, e sob a administração da Codeba desde 1977, o Porto de Ilhéus, o primeiro em alto mar construído no Brasil e o 24º no ranking de competitividade do país, carece de investimentos.

Estruturas comprometidas de galpões podem desabar a qualquer momento e diversos maquinários se encontram sucateados.

Outro grande problema diz respeito à profundidade do Porto de Ilhéus, que opera  minimamente com cerca 9,3 metros de profundidade no cais. Navios maiores, com mais capacidade de transporte de carga, precisam de uma profundidade maior (entre 12 e 15 metros) para navegar com segurança.

A situação limita a operação no Porto, tornando-o menos atrativo, além de afetar, de forma negativa, a economia da região. Provocada, a Codeba não se manifestou sobre o assunto.

Em 2017, a Companhia anunciou o investimento de R$ 38 milhões no Porto de Aratu (também administrada por ela), com a expectativa da geração de 3.500 empregos.

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