
“Preto tem que trabalhar limpando chão de fábrica”, teria dito gerente de empresa
Na manhã desta terça-feira (25), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Ilhéus, Itabuna e Uruçuca (Sindicacau) promoveu um ato em frente à sede da empresa Olam Agrícola Ltda (antiga Joanes), como forma de repúdio às falas racistas proferidas por um gerente sênior no ambiente de trabalho.
O protesto contou com a participação de outros sindicatos, entidades sociais, representantes da sociedade civil e políticos engajados na luta contra o racismo. O Sindicacau relatou que o gerente teria proferido comentários ofensivos, rebaixando e discriminando funcionários negros, além de expressar preferências por contratação de pessoas brancas.
Segundo Ulisses Abade, vice-presidente do Sindicacau, a empresa confirmou a ocorrência das falas racistas em suas dependências após uma reunião com a diretoria. No entanto, o sindicalista afirmou que a retratação do gerente atingiu apenas um pequeno grupo de trabalhadores e que a empresa precisa tomar providências mais enérgicas diante do ocorrido.
A Olam Agrícola é uma empresa de origem negra, surgida a partir do Senegal e com um proprietário da Índia, país asiático com pessoas negras, o que torna ainda mais incompreensível a ocorrência de atos racistas em seu ambiente de trabalho.
O Sindicacau está movendo uma ação coletiva contra as falas racistas e registrou uma queixa-crime na delegacia. Durante o protesto, lideranças sindicais e sociais se manifestaram em repúdio aos atos discriminatórios e cobraram uma retratação ampla da empresa a todos os trabalhadores e à sociedade.
A manifestação contou com a presença de vereadores de Ilhéus e Itabuna, representantes de sindicatos, entidades estudantis e líderes comunitários, demonstrando a importância da união contra a discriminação racial e a busca por um ambiente de trabalho mais justo e igualitário para todos.
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