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Fim de uma era: Mário Alexandre encerra oito anos de governo com trajetória marcada por altos e baixos
Após oito anos à frente da prefeitura, chega ao fim o mandato de Mário Alexandre, conhecido como Marão, um governo que dividiu opiniões e marcou a história recente da política local. Eleito pela primeira vez em 2016, Marão surfou em uma onda de popularidade impulsionada por grandes obras e investimentos que transformaram a cidade, mas também carregou críticas severas, especialmente nos últimos anos de sua gestão.
O primeiro mandato de Marão foi amplamente elogiado, especialmente por sua articulação com o governo do estado. A inauguração da Ponte Jorge Amado, um marco histórico e simbólico, foi o principal trunfo de sua administração. Além disso, melhorias em serviços essenciais, obras de infraestrutura e investimentos estaduais impulsionaram a avaliação positiva do prefeito. No entanto, críticos apontam que boa parte dessas conquistas foi resultado direto do governo do estado, liderado pelo então governador Rui Costa, e que a prefeitura teria apenas “surfado” nos projetos estaduais.
Por outro lado, defensores de Marão afirmam que houve, sim, mérito político em seu governo. Segundo eles, prefeitos anteriores não conseguiram viabilizar as mesmas obras e investimentos, mesmo durante gestões alinhadas ao governo estadual. Essa articulação, dizem, foi fruto da influência e do bom trânsito de Marão com a cúpula estadual.
Reeleito em 2020, o segundo mandato de Mário Alexandre começou sem o mesmo entusiasmo do primeiro. Nos últimos dois anos, a gestão perdeu força e acumulou críticas. Buracos nas ruas, lixo espalhado pela cidade, precariedade em serviços essenciais, como saúde e transporte público, foram algumas das queixas mais recorrentes da população. O transporte coletivo, em especial, foi um dos maiores gargalos da administração, marcado por paralisações e um sistema que não conseguiu atender adequadamente às demandas da cidade.
Com o desgaste crescente, a rejeição de Marão disparou. Embora seja natural que um prefeito em fim de segundo mandato enfrente queda de popularidade, a situação de Marão foi agravada pela sensação de abandono da cidade em seus últimos anos de governo. A tentativa de eleger seu sucessor, Bento Lima, fracassou. Bento terminou a disputa eleitoral de 2024 em terceiro lugar, atrás de Valderico Júnior, que foi eleito, e Adélia Pinheiro, candidata do PT.
A eleição de sua esposa, Sônia Galvão, como deputada estadual, ocorreu ainda em 2022, quando Marão desfrutava de alta popularidade, sendo considerado um dos maiores líderes políticos do sul da Bahia. Essa vitória consolidou sua força política em um momento favorável de sua trajetória, mas o cenário agora é outro.
Hoje, Marão encerra seu segundo mandato de maneira discreta, com um governo desgastado e sem o protagonismo que teve nos primeiros anos. Mesmo assim, ele já manifestou desejo de disputar um cargo eletivo em 2026, possivelmente como deputado federal, e buscar um retorno à política.
A política é uma roda gigante, e o ex-prefeito agora enfrenta o desafio de manter sua influência fora do poder e reconstruir sua imagem após o desgaste de seus últimos anos à frente da prefeitura.
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