Ilhéus Explora Venda de Créditos de Carbono para Financiar Conservação do Parque Municipal
O Parque Municipal Natural da Boa Esperança, localizado em Ilhéus, está prestes a se tornar um pioneiro em sustentabilidade ambiental na região. Em recente participação no programa O Tabuleiro, da Ilhéus FM, o secretário municipal de Meio Ambiente, Diego Messias, discutiu os avanços do projeto que visa integrar o parque no sistema de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Este sistema inclui a possibilidade de venda de créditos de carbono no mercado de valores, uma iniciativa que poderia gerar receitas significativas para a conservação ambiental local.
Diego Messias explicou que o parque, uma floresta urbana que abrange 456 hectares, desempenha um papel crucial no sequestro de carbono, o que é vital tanto para a cidade quanto para o combate global às mudanças climáticas. “É uma floresta que está se regenerando naturalmente, sem intervenção humana, e que o município tem custos para manter, incluindo a equipe de guardas parques que trabalham diariamente para preservar o local”, disse Messias.
A proposta para monetizar esta função ambiental envolve certificar o parque através de uma organização ligada à ONU, o que permitiria que Ilhéus vendesse créditos de carbono. “Você precisa garantir que o carbono está sendo efetivamente sequestrado. Estes créditos funcionariam como ações, disponíveis para que as empresas possam adquirir no mercado verde”, explicou o secretário.
Um levantamento preliminar indicou que o Parque Municipal Natural da Boa Esperança poderia gerar aproximadamente R$980 mil por ano apenas com a venda desses créditos de carbono. Este valor seria suficiente para cobrir os custos de manutenção do parque exclusivamente através do pagamento por serviços ambientais.
Além disso, o secretário apontou que a estratégia poderia ser expandida para incluir as áreas de agricultura de Ilhéus, permitindo que os agricultores locais também fossem compensados por preservar as florestas em suas propriedades. “Depois do projeto do parque, poderíamos monetizar os agricultores que mantêm a floresta em pé, recompensando-os por um serviço que prestam ao mundo”, ressaltou Messias.
Com a finalização esperada para o próximo semestre, o projeto de implementação do PSA no Parque Municipal poderia estabelecer um modelo para outras iniciativas municipais e regionais, reforçando o compromisso de Ilhéus com a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.
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