
Já pensou se os políticos continuassem ouvindo a população após eleitos?
Imagine só: o candidato entra em sua casa, pede um café, senta no sofá e começa a perguntar como andam as coisas, se aquela promessa de campanha realmente melhorou a rua, se a escola do bairro está atendendo bem as crianças e se o posto de saúde finalmente tem médicos todos os dias. E aí, vez ou outra, ele aparece por lá para acompanhar as mudanças de perto. Parece cena de um filme de ficção? Ou talvez algo muito distante da realidade?
Mas já pensou se isso fosse comum? Se, ao invés de sumirem dos bairros e aparecerem só na próxima eleição, os políticos continuassem visitando, ouvindo e—por que não?—reavaliando as próprias promessas e buscando soluções para os novos problemas que surgem? Se cada mandato fosse conduzido com a mesma energia e empolgação dos primeiros dias de campanha, quando cada voto ainda é disputado na unha?
Seria interessante ver um prefeito passando na feira para perguntar ao feirante se o decreto de incentivo ajudou a aumentar as vendas. Ou um vereador acompanhando de perto as obras do bairro, não apenas no papel, mas aparecendo para conferir se realmente foram feitas conforme prometido. Quem sabe um governador batendo na porta das casas para perguntar: “E aí, o transporte melhorou mesmo ou era só no discurso?” Seria um cenário inusitado, mas muito bem-vindo.
Talvez isso trouxesse uma política mais realista, mais pé no chão. Se todo mês um político fizesse uma “campanha pós-eleição” para checar a própria gestão, como seria? O morador que pediu a reforma da quadra teria como dar um feedback sobre como o projeto foi executado. A dona de casa, que sempre reivindicou mais segurança no bairro, poderia explicar se as rondas policiais têm sido frequentes como foi prometido.
E, claro, ouvir reclamações e sugestões da população exigiria humildade. Um diálogo constante impediria que o político se distanciasse tanto da realidade, preso em escritórios luxuosos, a quilômetros de quem realmente vive o dia a dia da cidade. E mais: para a população, seria um refresco, afinal, o compromisso estaria sendo monitorado. Uma visita inesperada daquele vereador que foi eleito com as promessas de ouro, mas que sumiu logo depois. “Ué, o senhor aqui de novo? Nem é época de eleição!”.
Imaginar um cenário assim, por mais utópico que pareça, não deixa de ser um exercício necessário. Se todo aquele fervor de campanhas, apertos de mão, promessas e visitas fosse mantido ao longo dos quatro anos de mandato, talvez o eleitorado se sentisse mais respeitado. E quem sabe até mesmo o sentimento de desconfiança e a descrença diminuíssem. Porque, vamos combinar, tem coisa mais frustrante do que ver o político, que um dia prometeu tudo e mais um pouco, desaparecer feito fumaça assim que assume o cargo?
Se candidatos continuassem visitando a comunidade depois de eleitos, não apenas para inaugurar placas e tirar fotos, mas para escutar, de fato, a voz do povo, como seria a política? Talvez menos “oba-oba” e mais resultados. E o que ganhariam com isso? Credibilidade e, quem sabe, o que eles mais desejam: ser lembrados como alguém que realmente fez a diferença.
Mas… enquanto esse cenário não se torna realidade, seguimos aqui, entre uma eleição e outra, esperando o dia em que aquele aperto de mão não seja só um gesto simbólico, mas um compromisso real e contínuo. Afinal, sonhar não custa nada.
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