
Hospital em Ilhéus se torna referência no atendimento a gestantes indígenas
O Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, está prestes a se tornar o primeiro hospital da Bahia a oferecer um atendimento especializado e humanizado às gestantes indígenas do estado. A unidade, que atende cerca de 60 mulheres indígenas por mês, apresentou ao Ministério da Saúde um plano de ação para qualificar o serviço, respeitando os contextos interculturais, os cuidados tradicionais e a educação permanente nas aldeias.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Saúde do Estado e a Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUSU), gestora do hospital, que busca garantir o direito à saúde dos povos indígenas da Bahia, onde vivem 35 mil pessoas de 20 etnias diferentes. O programa de incentivo visa fortalecer o vínculo entre o hospital e as comunidades indígenas, promovendo o acolhimento, a escuta qualificada e o parto natural.
Um exemplo de sucesso dessa proposta foi o nascimento de Ynawá, filha de Tainaçã, uma jovem indígena da etnia Tupinambá. Ynawá significa “água de chuva que traz fartura” na língua tupinambá, e veio ao mundo em um dia chuvoso, na Sala 1 do Centro de Parto Natural (CPN) do hospital. Tainaçã, que significa “Estrela da tarde”, contou que se sentiu acolhida e respeitada pela equipe do CPN, que a acompanhou durante todo o trabalho de parto. “Foi uma experiência maravilhosa. Eu tinha um pouco de medo por ser indígena e de sofrer preconceito quando chegasse para parir. Aqui eu vi que é tudo diferente. Fui acolhida desde a chegada, isso me fez me sentir mais à vontade e até me ajudou na hora do parto”, disse.
Agora, Tainaçã e Ynawá já estão em casa, na aldeia do Acuípe de Baixo, território de Olivença, litoral sul de Ilhéus. Lá, elas serão recebidas com uma grande festa pela tribo, que prepara o “Porancy”, um ritual com dança e orações para dar boas-vindas à nova moradora da aldeia.
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