
Catedral de São Sebastião em Ilhéus: Um Patrimônio que Clama por Resgate Urgente
A Catedral de São Sebastião, um dos principais cartões-postais de Ilhéus e marco da história religiosa e arquitetônica da cidade, amarga um estado de abandono que é inadmissível para uma construção de tal importância. Com a estrutura comprometida e sinais visíveis de desgaste, a catedral está longe de representar o potencial turístico que a cidade almeja consolidar.
Recentemente, tanto moradores quanto visitantes vêm denunciando o aspecto deteriorado do local. As escadas da catedral, no coração do centro histórico de Ilhéus, estão cobertas de limo, tornando o acesso perigoso e visualmente desagradável. Dentro do templo, a situação não é muito diferente: manchas de umidade e rachaduras comprometem a integridade da estrutura e causam uma má impressão para os turistas que chegam para apreciar um dos pontos mais icônicos da cidade.
Apesar de ser um ponto turístico e religioso de grande importância, a manutenção de uma catedral não é, em primeira instância, responsabilidade do governo municipal, mas sim da própria Diocese de Ilhéus, que deve zelar pela conservação e bom estado da igreja. No entanto, a realidade é mais complexa, especialmente em se tratando de imóveis com relevância histórica e cultural.
De quem é a responsabilidade?
A Diocese de Ilhéus tem a responsabilidade direta pela manutenção do edifício, mas a gestão financeira e estrutural de catedrais, especialmente em regiões com menor suporte econômico, recai também sobre o Vaticano e o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A Igreja Católica, através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), firmou um Acordo de Cooperação Técnica com o IPHAN para assegurar a preservação de seus patrimônios, o que inclui suporte financeiro e técnico para a manutenção de catedrais e igrejas de valor histórico.
Quando se trata de preservação de bens culturais como a Catedral de São Sebastião, esse processo não se limita apenas à diocese local. O IPHAN participa da coordenação e preservação de tais edifícios, regulando ações de conservação e, em muitos casos, disponibilizando incentivos fiscais ou mesmo recursos para obras de restauração.
Entretanto, a questão vai além dos recursos financeiros. Trata-se de um esforço conjunto que depende da boa vontade da diocese local, apoio das instituições municipais e estaduais e um trabalho técnico adequado. Mesmo com a burocracia e as dificuldades para obter recursos para preservação, não é possível aceitar que um patrimônio dessa magnitude seja relegado ao descaso, causando uma sensação de frustração não só para os moradores como também para os turistas que visitam a cidade.
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