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A proliferação de blogs e páginas que se auto-intitulam imprensa: um alerta necessário
Com a democratização da internet e as facilidades oferecidas pelas redes sociais, qualquer pessoa, com um clique, pode criar um blog ou uma página e se auto-intitular “imprensa.” O fenômeno, que poderia ser um reflexo positivo de pluralidade de vozes, tem se transformado em um problema quando tais plataformas não possuem critérios técnicos, profissionalismo ou compromisso com a verdade.
A falta de formação técnica, erros constantes de escrita e gramática, e a evidente ausência de responsabilidade na produção de conteúdo tornam muitos desses “veículos” mais prejudiciais do que informativos. Não raro, o único objetivo é usar a aparência de credibilidade para conquistar vantagens pessoais, seja por interesses comerciais ou políticos.
A pergunta que fica: quem são essas pessoas?
É preciso que os leitores, governos e empresas se perguntem: essas páginas possuem histórico profissional? São registradas formalmente? Têm compromisso com o jornalismo sério? Ou surgiram do nada, sem nenhuma base sólida, aproveitando-se do momento de fragilidade ou transição política para tentarem se beneficiar?
Períodos eleitorais: o terreno fértil para oportunismos
Esse cenário se intensifica em épocas de eleição ou nos meses seguintes, quando novos governos assumem e há a busca desenfreada por recursos públicos ou apoios institucionais. Muitos desses blogs e páginas mal estruturados surgem como “soluções mágicas,” mas, na prática, colocam governos e empresas sob pressão e dependência de veículos sem credibilidade, criando um ciclo vicioso que prejudica a comunicação oficial e a relação com o público.
O papel de governos e gestores públicos
É essencial que gestores públicos e secretarias de comunicação tenham critérios rigorosos na escolha de parceiros de mídia. A publicidade oficial, por exemplo, não pode ser destinada a páginas ou blogs que não cumprem sequer os princípios básicos do jornalismo ou que não oferecem retorno real em termos de alcance, credibilidade e qualidade.
Dar espaço a quem não se compromete com a informação verdadeira é subestimar a inteligência da população, que, mais cedo ou mais tarde, fará o comparativo entre o trabalho realizado por veículos sérios, com história e credibilidade, e aqueles que buscam apenas benefícios próprios.
O jornalismo sério e o papel social da imprensa
Existem muitos veículos de comunicação que honram o jornalismo, cumprindo com excelência o papel de informar, investigar e servir à sociedade. São portais, sites e profissionais que dedicam tempo, recursos e conhecimento técnico para produzir conteúdo relevante e embasado. São esses os que devem ser valorizados, apoiados e fortalecidos.
A reflexão necessária
O jornalismo é, e sempre será, uma das bases de uma sociedade democrática. No entanto, permitir que qualquer página ou blog use o título de “imprensa” para outros fins é desvalorizar uma profissão essencial. Governos, empresas e leitores têm o poder de fortalecer o bom jornalismo, e isso passa por valorizar quem realmente trabalha de forma ética, responsável e transparente.
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